Como conseguir investimento para minha startup?

Era uma vez uma idéia super legal. A idéia fica martelando a cabeça da pessoa, que começa achá-la viável. O pensamento vira sonho, o sonho vira motivação, a motivação vira coragem e “voilà”: “habemos” startup!!!

Idéia boa é aquela que foi implementada. Negócio bom é o que dá dinheiro e realiza seu propósito.

Fazer com que aquela idéia supimpa flua da mente do sonhador e vire uma startup nas mãos de um empreendedor é um desafio grande. Mas um desafio maior é transformar esta startup em um negócio rentável. Muitas das vezes apenas a vontade, o sonho e a coragem são as ferramentas usadas pelos empreendedores, que dão um salto de fé no absoluto desconhecido.

Embora haja uma infinidade de casos de sucesso por fé, não recomendo este caminho, pois há uma infinidade muito maior de casos de insucesso, que não necessariamente ocorreram por pouca fé, mas sim por pouco preparo. Um pouco de estudo, esforço e bom senso podem evitar muitos transtornos e fracassos.

Estudar o mercado, validar se a oferta do negócio é atraente com pessoas desconhecidas, planejar as ações, testar um protótipo e usar a matemática são bons caminhos para evitar grandes prejuízos.

Muitas das empresas em início de vida encontram severas dificuldades em dar estes primeiros passos. Os desconhecimentos em como estudar o mercado, como calcular custos e como começar a ofertar as soluções para gerar receitas são impeditivos fortes, outras vezes a falta de dinheiro neste início praticamente inviabiliza a continuidade do negócio. Então, como seguir em frente diante de tantos obstáculos? Quem poderá ajudar?

O caminho mais comum para o financiamento inicial é “foolish money”. Esta é aquela grana que o empreendedor consegue com os familiares e amigos, que por amor, constrangimento ou ignorância apostam seus suados trocados na idéia daquele sonhador empolgado e cativante. Normalmente, este dinheiro é pequeno e nem sempre é o suficiente para fazer frente aos custos iniciais. Pelo viés do conhecimento, há também uma quantidade muito grande de conteúdo disponível na internet de como iniciar o seu negócio. Todas essas ferramentas são válidas. Mas há algumas mais estruturadas que ajudam a dar mais corpo aos novos negócios.

Processos de aceleração podem ajudar com importantes treinamentos em empreendedorismo e gestão, mentorias e, muitas vezes, ajuda financeira inicial em troca de participação no negócio. Alguns editais públicos de aceleração são ótimas alternativas para treinamentos, mentorias e financiamentos gratuitos. Em ambos os casos espaço de “co-working” e descontos em serviços de parceiros também são viabilizados e os caminhos das empresas aceleradas se tornam mais fáceis e viáveis. Um bom exemplo é a Startup RIO, no Rio de Janeiro, que promove editais anuais para aceleração das empresas numa parceria do Governo do Estado do Rio de Janeiro com o SEBRAE-RJ, e financiado pela FAPERJ. O SEBRAE-RJ se encarrega da formação técnica dos empreendedores, a FAPERJ seleciona startups com potencial e aporta a fundo perdido dinheiro para o MVP das empresas e o Governo do Estado fornece especo e equipe para conduzir o programa. Em diversos estados há iniciativas deste tipo com parcerias público-privadas, que podem ser ótimas alternativas para tirar aquele sonho do papel e começar a transformar o mundo.

Esta fase inicial é onde a maior parte dos negócios morre.  Supondo que as empresas passem por este “vale da morte”. É hora de validar seu negócio com um MVP (Minimum Viable Product). O MVP é a solução proposta no seu estado mais enxuto possível, que contempla apenas o cerne da solução para que possa ser validado no mercado pelo menor custo possível. Antigamente chamava-se isso de protótipo. Mas muitos protótipos não eram operacionais ou comercializáveis. Ao contrário, um MVP é um produto pronto, comercializável, embora muito enxuto. Os gastos na construção, divulgação e correções deste MVP podem exigir mais dinheiro. E aí começa outra luta para não cair no “vale da morte”. É nessa hora que o investimento anjo pode ser o melhor caminho para sobrevivência. Investidores anjos são, normalmente, pessoas que foram executivos ou empreendedores no passado e que estão capitalizados e interessados em arriscar seu dinheiro em negócios em fase inicial para multiplicar muito seus ganhos, mesmo sob extremo risco. Este dinheiro é captado em troca de participação na empresa. Muitas vezes, para evitar riscos ficais, esta participação não é exercida imediatamente. Contratos de mutuo conversível são celebrados entre as partes e, em outras palavras, são contratos que garantem o direito do investidor se tornar sócio quando houver um evento de liquidez, tal como uma venda total ou parcial da empresa, ou a entrada de um fundo de investimentos grande ou até mesmo passados alguns anos do investimento a opção de se tornar sócio pode ser exercida. Assim, os empreendedores recebem o dinheiro e os investidores ganham tempo para exercer seu direito a participação. Este tempo pode ser suficiente para mitigar os riscos fiscais inerentes às fases iniciais das empresas.

Mas como buscar os investidores corretos? Quais serão os investidores que podem ajudar não só financeiramente como também podem ajudar com relacionamento e mentorias (Smart Money)?

Algumas startups são tão atrativas, que os investidores as procuram para aportar dinheiro e as rodadas de investimento acontecem de formas mais natural. Outras precisam de dinheiro, mas não sabem como chegar aos investidores. Os Demo Days que ocorrem ao término de cada processo de aceleração são bons instrumentos de divulgação e captação de recursos para as startups, assim como a participação em eventos de associações de investidores anjos tais como Gávea Angels ou Anjos do Brasil. Mas o caminho de associar-se a uma “venture builder” pode se uma boa opção para crescimento estruturado. Há algumas no mercado e entender como elas funcionam é de suma importância, pois é comum que as ventures builders exijam uma participação no negócio da startup e se tornam sócias dos negócios. As ventures builders respeitáveis aportam conhecimento e relacionamento, atuando na estruturação dos processos de governança e planejamento das startups, além de estruturar as captações com responsável gestão de “funding”. Evitando que as empresas entreguem mais participação do que o necessário para seu financiamento de longo prazo. As “venture buiders” costumam ter uma vasta gama de relacionamentos seja com fundos de investimentos, associações de anjos ou investidores individuais, o que permite buscar de forma mais estrutura e assertiva potenciais investidores para as startups.

A Anjo Verde atua com investimento anjo voltado para startups de impacto socioambiental e é parceira da Criabiz Impact, que é uma “venture builder” em soluções de impacto. A Criabiz Impact  é uma “spin off” da Criabiz Ventures, que é uma “venture builder” agnóstica e que ajuda a estruturar startups em geral e , assim como outras alternativas no mercado, podem ajudar os empreendedores a seguirem adiante nos seus sonhos.  

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